Gerenciamento de superfície de ataque, ter ou não ter?

O conceito de Gerenciamento de Superfície de Ataque (ASM) vem ganhando cada vez mais destaque no mundo da segurança cibernética. Nos últimos anos, o ASM evoluiu de uma terminologia desconhecida para algo onipresente, sendo destacado como uma necessidade por empresas renomadas como Gartner e Forrester. Com isso, o mercado de soluções de ASM vem crescendo exponencialmente, com uma série de provedores emergindo no espaço e um aumento considerável na atividade de investimento e aquisição.

Ao contrário de muitos outros conceitos, o ASM promete ter longevidade no mundo da cibersegurança. Ele tem se mostrado um componente crítico das estratégias de gerenciamento de ameaças e exposição, e é fundamental examinarmos o porquê disso. Afinal, a superfície de ataque está em constante expansão e o gerenciamento dela é cada vez mais necessário para organizações em todo o mundo.

Mas o que é Gerenciamento de Superfície de Ataque?

Basicamente, trata-se de uma forma de identificar todos os ativos externos de uma empresa que estão conectados à internet, incluindo aplicativos, dispositivos IoT, plataformas de nuvem, clusters Kubernetes e outros. A superfície de ataque de uma empresa enfrenta diariamente uma variedade de ataques, e qualquer vulnerabilidade de rede externa pode abrir a porta para uma potencial violação.

O ASM tem como objetivo descobrir todas as vulnerabilidades e exposições dos ativos externos de uma empresa antes que os agentes de ameaças possam fazê-lo. Ele também prioriza as vulnerabilidades com base no risco, ajudando os esforços de correção a se concentrarem nos pontos mais críticos. Ao adotar uma abordagem contínua para o gerenciamento de superfícies de ataque, as organizações podem lidar com vulnerabilidades rapidamente, protegendo melhor seus ativos críticos à medida que novas ameaças mais sofisticadas surgem e a superfície de ataque continua a se expandir.

Por que que a gestão de superfície de ataque está se tornando cada vez mais importante?

Embora o National Institute of Standards and Technology (NIST) tenha recomendado a catalogação de ativos externos em 2014, a adoção ampla da gestão de superfície de ataque tem sido um processo gradual. No entanto, vários desenvolvimentos recentes tornaram sua implementação ainda mais urgente.

O trabalho remoto está se tornando cada vez mais comum, o que significa que as empresas estão se tornando mais dependente da tecnologia e, assim, aumentando sua superfície de ataque potencialmente exposta. A rápida adoção da computação em nuvem também ampliou a superfície de ataque, muitas vezes resultando em configurações inseguras. O uso de dispositivos e serviços externos não autorizados aumentou, e a proliferação de dispositivos IoT tem criado um novo e crescente canto da superfície de ataque com risco elevado.

Transformações digitais também criaram novas camadas da superfície de ataque, e a pressão para apresentar novos recursos e produtos pode levar a práticas de segurança insuficientes.

A gestão de superfície de ataque é uma solução eficaz para esses desafios. As organizações estão enfrentando uma superfície de ataque ampla e complexa, ao mesmo tempo em que enfrentam uma escassez de recursos. Além disso, o crescente número de ciberameaças – em 2022, um recorde de 146 bilhões de ameaças cibernéticas foram detectadas – torna a implementação de práticas de segurança robustas cada vez mais importante.

A gestão de superfície de ataque deixou de ser uma medida isolada e evoluiu para ser a linha de frente da segurança cibernética.

Artigo escrito por: Alexandre Morelli

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